Adaptação intencional

A habilidade que pode te ajudar a sair da inércia em tempos de crise

Dizem por aí que por trás de toda crise existe uma oportunidade, mas a verdade é que quando atravessamos momentos difíceis, nossa maior vontade é de fechar os olhos, tapar os ouvidos e esperar a turbulência passar. A pandemia ilustra bem essa situação: o mundo parou diante de um vírus desconhecido, com altíssimo poder de transmissão e desdobramentos que até hoje não conhecemos em totalidade. 

O resultado, nós estamos vendo. Além das milhares de mortes, os efeitos do coronavírus também afetaram em cheio a economia, resultando na demissão de pessoas e fechamento de empresas. Segundo o IBGE, mais de 700 mil empresas do Brasil encerraram suas atividades desde o início da pandemia. 

Diante de um cenário nada otimista, é questão de sobrevivência buscar oportunidades em meio à crise, apostando em soluções criativas, testando novos caminhos e, principalmente, se adaptando ao novo contexto. Como disse Leon C. Megginson sobre a teoria de Charles Darwin, “não é o mais forte que sobrevive, nem o mais inteligente, mas o que melhor se adapta às mudanças”. E muito além de nos adaptarmos, precisamos aprender a desenvolver a adaptação intencional, aquela que nos impulsiona a mudar proativamente. 

Adaptação Intencional, WTF? 

O conceito de “Adaptação Intencional” me foi apresentado pela Perestroika, escola de metodologias criativas que, assim como muitos de nós, “bugou” nesta quarentena. A partir de uma análise profunda de cenário e do comportamento humano, eles entenderam que a adaptação intencional é um dos pilares que deve ser desenvolvido por quem quer sair da inércia em momentos de crise. 

Você já parou pra pensar em como a pandemia acelerou o processo de mudanças no mundo? Empresas implementando o trabalho remoto, a educação se reinventando, o modelo de delivery se expandindo…no “novo normal”, a transformação faz parte do dia a dia. Cabe a nós resistirmos e sermos levados por essa avalanche de novidades, ou desenvolver nossa capacidade de adaptação para sermos partes ativas desse processo. 

Para conquistar essa habilidade, é preciso se livrar de algumas amarras e, porque não, abraçar o caos. Se liga: 

– O primeiro passo é o “aceitar o não saber”, entender que não somos capazes de ter conhecimento sobre algo e tá tudo bem. Tomar consciência disso é libertador, e nos motiva a sempre buscar o aprendizado. Zona de conforto? Aqui não! 

– Depois, vamos adotar o “princípio da não resistência”, que consiste em pararmos de lutar contra o que não podemos mudar. Já reparou que quanto mais reclamamos de um problema, maior ele fica? E o pior, ele não se resolve com a reclamação. Por isso, praticar o “aceita que dói menos” pode ser uma boa alternativa (só não confundir isso com acomodação, ok? É uma linha tênue). 

– Por fim, vamos ser mais transparentes. Trazer à tona o lado mais humano, com todas as nossas falhas e inseguranças, nos motiva a tomar decisões mais autênticas, desprovidas de vaidade. Além disso, a transparência gera empatia, fundamental para criar relações genuínas com nossa família, amigos e companheiros de trabalho. 

Deu pra perceber que a adaptação intencional é um baita processo de autoconhecimento, né? Pois eu te convido a mergulhar no seu interior e começar por aí o seu processo de mudança. Espero que esse artigo tenha te ajudado a se questionar um pouco, e que o conceito da adaptação intencional possa ser o ponto de partida na sua jornada de reinvenção. Bora virar esse jogo!


Por Helen Lima Zeman, Líder do time de Conteúdo Digital da República.

Compartilhe

Voltar